História da Escrita e do Alfabeto
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- Publicado: Sábado, 04 Setembro 2021 10:15
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A existência de documento, no sentido do termo para a Documentoscopia, depende da existência da escrita. A origem desta está diretamente ligada à necessidade de transmitir e conservar mensagens ou ideias. Por isso, a escrita nasceu e se desenvolveu paralelamente ao nascimento e desenvolvimento das grandes civilizações. Datam de seis mil anos os primeiros sinais de escrita. Pode-se resumir sua história em quatro grandes fases: escrita pictórica, escrita ideográfica, escrita silábica e escrita literal.
2.1.Escrita pictórica
A primeira forma de escrita foi o desenho, que o homem primitivo usava para retratar objetos concretos do seu mundo real e que independia da linguagem falada. De certo, nessa fase, um boi significava um boi, uma casa significava uma casa. Era a escrita pictórica.
2.2.Escrita ideográfica
A necessidade de expressar e comunicar ideias conduziu o ser humano a um segundo tipo de escrita, em que os objetos assumiram uma função simbólica. As figuras passaram a representar ideias: o Sol podia indicar o dia, o pé uma caminhada, etc. Aos poucos, essas figuras foram sendo estilizadas, com simplificação da forma e aumento do significado. Era a escrita ideográfica.
Algumas escritas ideográficas mais conhecidas são as escritas sumérias, minoica e chinesa. Na figura abaixo se vê a evolução do ideograma chinês que indica o homem:
Alguns exemplos, extraídos do Curso Rápido de Escrita Chinesa, em www.ebanataw.com.br/:
O primeiro símbolo indica uma árvore. A junção de duas árvores indica um bosque e de três indica a floresta. A questão se complica um pouco quando há necessidade de representar ideias abstratas. Por exemplo: como representar a "tranquilidade"?
A união de objetos concretos pode indicar uma ideia abstrata. Por exemplo: O jardim visto através de uma porta aberta pode significar a tranquilidade:
Com o progresso da Humanidade, foi necessário criar cada vez maior número de ideogramas e acredita-se que hoje existam cerca de 50.000 ideogramas chineses, enquanto que no tempo da dinastia SHANG (1766-1122 aC) eram cerca de 2.500.
Como a escrita independe da língua falada, isso proporcionou enorme vantagem para a China onde a imensidão territorial e a multiplicidade de dialetos, permite que os textos de qualquer período sejam lidos e compreendidos, independentemente dos linguajares regionais.
2.3.Escrita silábica
A multiplicidade e diversidade de símbolos, na escrita ideográfica, dificultava sobremaneira a comunicação e o homem passou a usar as figuras de sua vida diária para indicar o som inicial da respectiva pronúncia.
Assim, por exemplo, o desenho de uma casa (beth) passou a representar o som B, o da entrada de uma tenda ou porta (daleth) passou a representar o D, o desenho da palma da mão (kaph) passou a representar o som K.
Surgiu, dessa forma, o alfabeto, que, inicialmente, se compunha basicamente de consoantes. O alfabeto fenício se compunha de vinte e dois sinais que indicavam sons consonantais e aspirados. As vogais propriamente ditas (bases de sílaba) não eram escritas. Os escritores dos mais antigos livros da bíblia usavam um alfabeto silábico, derivado do fenício. As vogais só passaram a ser escritas na língua hebraica a partir do século VII d.e. (notações massoréticas).
2.4.Escrita literal
Os gregos adaptaram o alfabeto fenício ao seu idioma, onde era essencial figurar as vogais. Para representá-las, utilizaram símbolos da língua fenícia, inexistentes no grego, como, por exemplo, o "aleph" (som aspirado fraco) que passou a designar a letra "a" (alfa), o "heth" (som aspirado forte) que passou a designar o "e longo" (eta). Os romanos, por sua vez, adaptaram o alfabeto grego ao idioma latino.
A diversidade de pronúncias regionais, foi alterando, aos poucos, a grafia das palavras e fazendo surgir a necessidade de sinais indicadores dessas variações (cedilha, til, etc.). O quadro abaixo mostra a correspondência das letras hebraicas, gregas e latinas com as do alfabeto fenício.